quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Como são Francisco descreveu o Frade Perfeito




Como são Francisco descreveu o Frade Perfeito (Espelho da Perfeição, 85)
De certo modo transformado nos santos frades pelo ardor do amor e pelo fervor do zelo que tinha pela perfeição deles, o muito bem-aventurado pai refletia muitas vezes dentro de si sobre as qualidades e virtudes de que devia ser ornado um bom frade menor.

E dizia que seria bom frade menor aquele que tivesse a vida e as qualidades destes santos frades: isto é: a fé de Frei Bernardo, que a teve de forma perfeita com o amor à pobreza; a simplicidade e a pureza de Frei Leão, que foi realmente de uma pureza santíssima; a cortesia de Frei Ângelo, que foi o primeiro cavaleiro que veio para a ordem e que era ornado de toda a cortesia e bondade; o aspecto gracioso e o senso natural com a fala bonita e devota de Frei Masseu; a mente elevada em contemplação que Frei Egídio teve até a máxima perfeição; a virtuosa e constante oração de Frei Rufino, que rezava sempre, sem interrupção: mesmo dormindo ou fazendo alguma coisa tinha sempre seu espírito com o Senhor; a paciência de Frei Junípero, que atingiu um estado perfeito de paciência, por causa da perfeita verdade da própria vileza, que tinha continuamente diante dos olhos, e um ardente desejo de imitar a Cristo no caminho da cruz; o vigor corporal e espiritual de Frei João das Laudes, que, naquele tempo, ultrapassou todos os homens em força física; a caridade de Frei Rogério, cuja vida inteira e comportamento estavam no fervor da caridade; e a solicitude de Frei Lúcido, que teve grandíssima solicitude e não queria morar quase um mês no mesmo lugar, mas quando lhe agradava ficar num lugar, imediatamente se afastava e dizia: “Não temos morada aqui (cf. Hb 13,14), mas no céu”.