quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Como S. Francisco converteu três ladrões homicidas, e se fizeram frades.





Como S. Francisco converteu três ladrões homicidas, e se fizeram frades.


S. Francisco foi uma vez pelo deserto do burgo do Santo Sepulcro, e passando por um castelo que se chama Monte Casal, veio ter com ele um jovem nobre e delicado e disse-lhe: "Pai, tenho multa vontade de ser um dos vossos frades".

Respondeu S. Francisco: "Filho, és jovem, delicado e nobre, talvez não possas suportar a pobreza e a aspereza nossas". E ele disse: "Pai, não sois homem como eu? Como as suportais vós, assim o poderei com a graça de Cristo". Agradou muito a S. Francisco esta resposta: pelo que, bendizendo-o, imediatamente o recebeu na Ordem e lhe pôs o nome de Frei Ângelo.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Florezinhas Franciscanas





Florezinhas Franciscanas

De como são Francisco valorizou mais a fome do irmão que o jejum (Legenda Perusina 1)

Quando o bem-aventurado Francisco começou a reunir frades, nos primórdios da Ordem, vivia com eles em Rivotorto. Certa noite, a altas horas, estando já todos a dormir em seus pobres leitos, foram acordados pelos gemidos de um frade que gritava: «Ai, que eu morro, ai que eu morro», espalhando angústia e inquietação nos Irmãos.

O bem-aventurado Francisco levantou-se do seu leito e disse: «Erguei-vos, Irmãos, e acendei uma luz». Acesa uma candeia, perguntou: «Quem está a gritar: ai, que eu morro?» – «Sou eu», respondeu um deles.

O bem-aventurado Francisco perguntou-lhe: «Que é que tens, Irmão? De que morres tu?» - «Morro de fome», disse ele. O bem-aventurado Francisco, homem cheio de caridade e discrição, não querendo que o Irmão passasse pela vergonha de estar a comer sozinho, mandou logo preparar a mesa de maneira que todos tomassem uma refeição com ele. Este Irmão e outros como ele, eram recém-convertidos, que infligiam a seus corpos penitências excessivas.

Tendo comido todos, o bem-aventurado Francisco falou a seus frades: «Meus Irmãos, recomendo-vos que atenda cada um à sua compleição. Se um de vós pode sustentar-se com menos alimento que outro, não quero que este, mais necessitado de comida, se esforce por imitar o primeiro. Prestai atenção às vossas necessidades e ministre cada um a seu corpo aquilo que lhe é preciso.

Se no comer e no beber estamos obrigados a evitar o supérfluo, que prejudica o corpo e a alma, mais cuidado devemos ter com a mortificação exagerada, porque Deus quer a misericórdia e não o sacrifício».

E continuou: «Irmãos caríssimos, por amor para com meu Irmão, fiz com que todos o acompanhassem na sua refeição, para que ele não tivesse de que se envergonhar. Foi por caridade e porque ele se encontrava deveras necessitado. Mas isto não deve ser um pretexto para o futuro, porque não seria nem religioso nem honesto. Saibam, pois, que é meu desejo e minha ordem que cada um de vós, em conformidade com a nossa pobreza, dê a seu corpo o que for necessário».